O INÍCIO DO KARATE NO BRASIL


 Na década de 50, chegaram ao Brasil os primeiros mestres de karate, não para difundir esta arte milenar, e sim exercerem outras atividades principalmente na área agrícola. Alguns aproveitavam seu tempo para ensinar o karate aos seus próprios filhos e também, mais adiante, para os brasileiros amigos de seus filhos.

         Na década seguinte, o Karate tornou-se sinônimo de vitória devido ao sucesso do lutador Fantomas – lutador de luta livre - que iniciou a utilização de técnica inédita com golpes de mão aberta próprios do karate em um programa de luta livre semanalmente transmitido por TV. Ressalta-se que muitos adversários se recusavam a subir no ringue, caso ele utilizasse golpes de karate. A popularidade aumentou e, nas ruas, viam-se pessoas comuns fazerem os mesmos gestos do lutador Fantomas quando desejavam expressar uma superioridade qualquer.

      Com a popularização da palavra karate, devido a técnica utilizada pelo lutador Fantomas, os mestres que estavam no Brasil vislumbraram a possibilidade de ensiná-lo comercialmente, o que até então vinha sendo feito restritamente a seus filhos. Em várias cidades surgiram as primeiras academias do esporte nos diferentes estilos, surgindo também uma incógnita a respeito das graduações desses mestres. Destaca-se que a primeira academia criada no país foi a Brasil Shotokan Karate Dojo” do mestre Mitsuzuke Harada.       

      Os alunos brasileiros do karate e os mestres procedentes do Japão foram se multiplicando numa progressão geométrica. Tais mestres vinham especialmente para ensinar, atendendo a demanda crescente dos alunos ávidos à aprendizagem desta nova modalidade de luta.                                                                                                                                                            
            Na década de 70, com o lançamento na televisão do seriado semanal dos filmes de kung-fu protagonizados pelo ator norte americano David Carradine e também com a exibição dos filmes de Bruce Lee nos cinemas, o esporte se fortaleceu ainda mais, pois, para os brasileiros, tudo aquilo parecia ser karate. Não se fazia distinção.  Com isso, as matrículas nas academias cresciam tanto que muitos alunos brasileiros já graduados na faixa-preta também foram abrindo novas academias espalhadas pelo território nacional. Junto dessa expansão, foram criadas as federações estaduais para controlar e fiscalizar a prática da arte marcial. Todas essas federações de karate eram filiadas à Confederação Brasileira de Pugilismo - CBP, na qual se criou um departamento especial para tratar exclusivamente dos assuntos do karate.